Nascido na Cidade de São Manuel – MG, hoje Eugenópolis, no dia 15 de julho de 1898 e desencarnado em Porto Alegre -RS, no dia 9 de janeiro de 1934, com apenas 35 anos de idade, Ivon Costa foi um dos mais notáveis conferencistas espíritas do Brasil, contribuindo decisivamente com sua palavra abalizada e esclarecedora no sentido de dinamizar a difusão da Doutrina Espírita, o que fez com fibra inquebrantável e verdadeiro denodo.
Dotado de invejável dom de oratória e possuindo um magnetismo contagiante e uma voz privilegiada, arrebatava os auditórios com a força de sua argumentação.
Foi seminarista, entretanto, quando faltavam apenas dezenove dias para a sua ordenação sacerdotal, constatou-se que ele não possuía certidão de batismo. Em face da confusão estabelecida, Ivon desistiu de seguir a carreira eclesiástica.
Dirigiu-se, então, para o Rio de Janeiro onde estudou e se diplomou em Medicina. Era notável poliglota, falando perfeitamente o francês, o inglês, o alemão e o espanhol.
Atravessando, certa vez, uma fase difícil em sua vida, viu-se defronte de um centro espírita, onde se realizava uma reunião pública. Movido por estranho impulso adentrou a sede da instituição e ali ouviu os comentários sobre a Codificação Kardequiana. Ao retirar-se, estava transformado, pois havia encontrado a resposta a todas as suas indagações.
Tornou-se espírita e iniciou logo as tarefas de pregador. Possuindo sólida bagagem intelectual e médium que era, destacava-se com raro brilhantismo na tribuna, mantendo, além disso, diálogo com os assistentes, a fim de esclarecer melhor os argumentos empregados nas conferências.
Não existe cidade importante do Brasil – à época -, onde Ivon Costa não tenha efetuado palestras. Era um tribuno extraordinário, de largos recursos de lógica. Sabia abordar os temas com eloquência e brilho. Aceitava, frequentemente discussões públicas, tendo mantido algumas cuja palma não coube ao adversário.
Percorreu também países da Europa, dentre eles Portugal, Espanha, França, Holanda, Bélgica e Luxemburgo.
Certa vez, ia falar em Maceió – AL, num teatro alugado, mas, pouco antes da conferência, o teatro foi fechado por ordem do bispo local. O público, inconformado com a atitude do clero, levou-o à praça, onde a palestra foi realizada. Em represália, os sinos da igreja repicaram e alguns fanáticos lhe atiraram pedras; porém, ele suportou tudo com estoicismo e verdadeiro espírito de renúncia.
Ivon Costa residiu dois anos na Alemanha. Em seguida mudou-se para Paris, onde exerceu a função de intérprete de cinema, na Paramount. Em todos os lugares por onde passava, deixava as sementes da Doutrina dos Espíritos. Também participou do Congresso Internacional de Espiritismo, em Haia, Holanda.
Em 1932 Ivon Costa retornou definitivamente para o Brasil, passando a residir em Porto Alegre, onde clinicava gratuitamente.
Podemos afirmar que Ivon Costa foi o espírita que mais excursionou no propósito de propagar os ideais reencarnacionistas, sendo a sua tarefa muito semelhante àquela desempenhada pelo grande tribuno Vianna de Carvalho.
Da bibliografia de Ivon Costa, consta o livro “O Novo Clero”, e da sua obra missionária resultou a fundação de elevado número de sociedades espíritas em todo o Brasil.
Fonte de consulta:
Livro Personagens do Espiritismo, de Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy – Edições FEESP